segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Escolas apoiam pobres

Professores e funcionários ajudam a recolher alimentos para distribuir na escola.
As escolas estão a detectar cada vez mais casos de novos pobres. Trata-se de alunos da classe média-baixa sem direito à Acção Social Escolar (ASE) porque os rendimentos familiares estão acima dos valores mínimos necessários (basta ganhar 649 euros para ficar de fora), mas que ainda assim revelam grandes carências.
Na EB 2,3 Pedro D’Orey Cunha, na Damaia (Amadora), junto aos bairros Cova da Moura e 6 de Maio, são estes os casos que mais preocupam. "Temos vindo a detectar sinais preocupantes, como o facto de 17 alunos que não estão integrados nos escalões da ASE não terem ainda livros escolares, dois meses após o início das aulas. É uma situação nova", diz ao CM António Gamboa.
O director do agrupamento acrescenta que "nos miúdos dos bairros a pobreza é visível, mas estes novos pobres envergonhados nem sequer pedem ajuda". A escola tem mais de 500 alunos. "O número de 17 pode parecer reduzido, mas é quase 5% dos alunos da escola. São 17 famílias que podem estar em dificuldades. Estamos a mobilizar-nos e vamos lançar uma bolsa de empréstimo de livros."
A prioridade passa pelos novos pobres. "A crise ainda não atingiu as crianças dos bairros carenciados. Há muitas instituições a trabalhar nos bairros, por vezes até desperdiçando recursos e promovendo a pedinchice profissional. E a solidariedade entre moradores é maior do que na malha urbana". Ainda assim, Maria João Teotónio, responsável pela ASE na escola, afirma que há casos de fome: "Por vezes, fornecemos o pequeno--almoço." A dirigente revela que 60% dos alunos são apoiados pela ASE. E aponta outro sinal da crise: "Desde Setembro, 13 famílias pediram a reavaliação do escalão, pois os rendimentos diminuíram".



 http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/escolas-apoiam-pobres214416283

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