As escolas estão a detectar cada vez mais casos de novos pobres. Trata-se de alunos da classe média-baixa sem direito à Acção Social Escolar (ASE) porque os rendimentos familiares estão acima dos valores mínimos necessários (basta ganhar 649 euros para ficar de fora), mas que ainda assim revelam grandes carências.

O director do agrupamento acrescenta que "nos miúdos dos bairros a pobreza é visível, mas estes novos pobres envergonhados nem sequer pedem ajuda". A escola tem mais de 500 alunos. "O número de 17 pode parecer reduzido, mas é quase 5% dos alunos da escola. São 17 famílias que podem estar em dificuldades. Estamos a mobilizar-nos e vamos lançar uma bolsa de empréstimo de livros."
A prioridade passa pelos novos pobres. "A crise ainda não atingiu as crianças dos bairros carenciados. Há muitas instituições a trabalhar nos bairros, por vezes até desperdiçando recursos e promovendo a pedinchice profissional. E a solidariedade entre moradores é maior do que na malha urbana". Ainda assim, Maria João Teotónio, responsável pela ASE na escola, afirma que há casos de fome: "Por vezes, fornecemos o pequeno--almoço." A dirigente revela que 60% dos alunos são apoiados pela ASE. E aponta outro sinal da crise: "Desde Setembro, 13 famílias pediram a reavaliação do escalão, pois os rendimentos diminuíram".
Sem comentários:
Enviar um comentário